Taiko

O Taiko é um instrumento japonês (uma espécie de tambor) de percussão, considerado o instrumento musical mais antigo na história da humanidade. Sua superfície, em ambos os lados, é confeccionada com pele de animal, com uma cavidade selada ressonante.

O som do taiko encanta a alma, e de acordo com os japoneses não existe outro instrumento que cause tanta comoção, pois seu som residual e sua vibração produzem uma sensação de dinamismo vibrante, de aquecer o sangue. As performances conciliam as batidas com o movimento corporal, atraindo, assim, a atenção dos espectadores.

O taiko requer dos músicos concentração, disciplina, habilidade rítmica e bom preparo físico para que consigam obter batidas homogêneas e um som satisfatório. Não se refere apenas à habilidade manual de bater, mas à arte de tocar com o corpo e a alma com o objetivo de sensibilizar as pessoas.

Até 1990, o taiko era visto como uma arte reservada apenas aos homens, sendo a participação da mulher sistematicamente restringida. A partir daí, a participação feminina aumentou drasticamente, passando a ser representada igualmente, ou talvez até superando, a representação dos homens, quebrando, assim, os estereótipos da mulher japonesa (quietas e submissas) e contribuindo para a redefinição da maneira como as mulheres são percebidas.

No Brasil, estima-se que cerca de 60% dos tocadores de taiko sejam mulheres. De acordo com a Associação Brasileira de Taiko (ABT), há cerca de 150 grupos de taiko no país, sendo que aproximadamente 15% dos tocadores não são japoneses ou descendentes.

Há vários tipos de taiko, tais como: tsukeshime-daiko, nagado-daiko, okedo-daiko e o-daiko. Para tocá-los são utilizadas baquetas (batis), as quais devem ser escolhidas de acordo com o tamanho e tipo de taiko, sempre levando em conta o estilo de percussão.

História

Não há certeza quanto à origem do taiko, apesar de haver várias versões, mas sabe-se que ele está presente na história japonesa há mais de 1.500 anos. Alguns dizem que o taiko surgiu por influências de instrumentos chineses, devido à grande semelhança do taiko em relação aos tambores chineses. O taiko possui, inclusive, uma versão de origem folclórica.

Sabe-se que ao longo da história o taiko teve várias utilidades; era utilizado para limitar regiões conforme a área onde se podia ouvir o som dos tambores, usado para a comunicação entre as comunidades rurais, para motivar tropas, afugentar inimigos, definir ritmo de marcha de soldados e, inclusive, em cerimônias religiosas. Após a Segunda Guerra Mundial, entretanto, passou a ser praticamente utilizado apenas em festivais artísticos.

No Brasil, as apresentações de kumi-daiko (taiko em grupo) foram introduzidas entre 1970 e 1980, em São Paulo. Aqui, os grupos passaram a misturar o taiko com técnicas de tambores africanos e ritmos nativos. O taiko se popularizou no Brasil a partir de 2002, devido à obra de Yukihisa Oda, um japonês que visitou o Brasil pela Japan International Cooperation Agency.

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